segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Bpa...substancia silenciosa no Brasil.


BISFENOL A - MAMADEIRAS

É SEGURO OU NÃO?
Desde a década de 1990, discute-se se o bisfenol-a, composto químico que dá maleabilidade ao plástico, prejudica mesmo o desenvolvimento infantil. A substância é liberada no alimento quando a mamadeira é aquecida e pesquisas feitas em animais sugerem que ela imita o efeito do hormônio feminino estrogênio.
As consequências no corpo humano, sugerem as pesquisas, podem ser desastrosas: problemas no aparelho reprodutor (entre eles, diminuição da testosterona, aumento dos testículos e puberdade precoce), predisposição para câncer, diabetes e hiperatividade. Por aqui, a Anvisa diz que não há motivos para se preocupar, pois o uso do bisfenol-a, dentro da quantidade estipulada pela lei (0,6 mg/kg), não é perigoso.
O governo americano também acha que não há motivo para tirar as mamadeiras de circulação. Após analisar estudos do FDA (agência que regula produtos alimentícios e farmacêuticos), eles deduziram que a quantidade e o tempo de exposição humana ao bisfenol-a não apresenta riscos. A substância é rapidamente metabolizada nos intestinos e fígado antes de cair na corrente sanguínea, sendo completamente eliminada pela urina.
A unanimidade está longe de acontecer. No Canadá, mamadeiras feitas com a substância estão proibidas. Na Califórnia (EUA), duas grandes redes americanas de lojas (Wal-Mart e Toys "R" Us) analisam seguir o mesmo exemplo. Ao lado deles, estudos como os da Yale School of Medicine (EUA) e da Universidade de Guelph (Canadá) descobriram que o bisfenol-a causa perda de conexão entre as células do cérebro, gerando problemas de memória e aprendizagem.
No Brasil, além da falta de alternativas às mamadeiras de plástico, as informações sobre o material usado nelas são escassas, uma vez que não há necessidade de colocar o nome da substância na embalagem. Para diminuir o contato com o bisfenol-a, você pode: 
- Importar mamadeiras sem a substância. Normalmente, o bisfenol-a está presente no plástico número 7 (você vê essa identificação ao fundo do produto). Opte por números inferiores, como 3 ou 5 (normalmente, mais foscos). A de número 5 é feita de polipropileno. 
- Não aqueça a mamadeira de plástico nem no microondas nem ao banho-maria. Melhor esquentar primeiro em um recipiente de vidro ou porcelana e, apenas depois, passar para a mamadeira 
- Deixe o alimento o mínimo possível dentro do recipiente 
- Renda-se ao vidro, mas fique atento enquanto seu filho o manuseia 
- O momento da esterilização também pode liberar a substância, mas é necessário para garantir a limpeza da mamadeira. A saída, então, é esperar o recipiente esfriar, lavar em água corrente e, apenas depois, colocar o alimento na mamadeira. 


Fontes: Anvisa; Pedro Germano, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, em São Paulo (SP); Fernando Goulart, pesquisador tecnologista em qualidade do Inmetro, no Rio de Janeiro (RJ).

Bebês e mamadeiras – O estudo revelou que bebês absorvem mais BPA. Bebês que mamam em mamadeiras com BPA são os mais afetados, em média ingerindo 0.8 microgramas de BPA por quilo de massa corporal através do contato do leite com a garrafa. Esse montante é abaixo do que é permitido legalmente. “Estudos recentes porém, demonstraram que em ratos, mesmo doses muito pequenas, podem ter um impacto negativo”, afirmou von Götz. A exposição diminui com a idade, embora o estudo relate que a exposição também depende da dieta e do estilo de vida: pessoas que ingerem alimentos enlatados, esquentam comida em embalagens plásticas feitas com policarbonato no micro-ondas ou acabaram de fazer ou refazer obturações com resina epóxi são expostas a uma maior dose de BPA. A diferença desse novo estudo é que foi o primeiro a examinar o quanto fontes individuais contribuem para o total da exposição, estressa von Götz. No entanto, o estudo também revelou que mais pesquisas são necessárias. Por exemplo, o BPA está presente em enlatados em diferentes quantidades e se são diferentes pelo tipo de lata ou pelo modo como o alimento foi processado ainda não está claro. Von Götz diz que é necessário que indústrias dividam seu conhecimento e que mais pesquisas sejam feitas. Afinal, de acordo com a pesquisadora, precisamos reduzir a quantidade de substâncias químicas que são liberadas das embalagens em nossos alimentos. É claro que materiais sintéticos não podem ser totalmente eliminados por apresentarem consideráveis qualidades, o revestimento de enlatados protege os alimentos e também a lata de corrosão, por exemplo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário